terça-feira, 10 de setembro de 2019

Eu gosto do silêncio. Por mais estranho que essa afirmação possa parecer, considerando que sou uma pessoas extremamente barulhenta (afirmação de terceiros, não minha). O silêncio é como uma manta fina em dias que a temperatura cai por causa da chuva. Não é que esteja frio, mas existe um prazer estranho em se cobrir em dias de frio (confesso que não me encaixo nessa sensação, mas admiro as pessoas que fazem isso). 
Acho que existe uma aflição das pessoas em lidar com o silêncio. Talvez no silêncio seus pensamentos se tornem mais altos e seus medos inundem sua cabeça como um tsunami que lava a costa de alguma cidade levando consigo alguns corpos afogados. E ninguém quer sufocar com suas próprias ansiedades. 
Comigo não. O silêncio é o som organizador da minha existência. Para quem vive em meio a altos gritos, risos contantes e discussões fervorosas, encontra no silêncio um grande amigo, daqueles que vem sem ao menos avisar e ocupa sua tarde com boas memórias e calma. 
Esse velho amigo sempre me coloca em perspectiva, positivas ou não... É como se a vida me desse uma tempo para retomar o folego e continuar na batalha constante da sobrevivência. Se parar para ouvir com calma essa pausa que o silêncio nos dá, é possível até escutar o universo se movendo a nosso favor. Como um beijo de vida que nos faz voltar a respirar. E... cada... respiração... conta...

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