terça-feira, 15 de março de 2011

Numa folhar qualquer...

- Oque você mais gosta nisso tudo?

- Não sei. Por que?

- Porque eu me sinto próximo a você enquanto ator, acho que temos algumas angústias em comum, e eu também não sei o que gosto nisso tudo... só queria um consolo...

-Acho que eu gosto de ouvir as histórias das pessoas, o que elas passaram para chegar em algum lugar e deixar isso influenciar um pouco em mim. Me animar ou não a continuar.

-Você tem preconceito contra teoria?

-Não. Na verdade até gosto, mas tenho muita dificuldade.

-É, acho que foi um bom consolo, gostar das pessoas e suas histórias mais que seu conhecimento... Valeu!

...

- Ah,você gostou do texto que eu te escrevi pro "Sonho", sobre seu sonho pessoal, né? o que você achou?

- Adorei, que no final acabou sendo mais que um sonho. Você escreveu um pouco do que eu sou. Meu "guarda-roupa" é uma mala semi pronta. Eu acabei aprendendo com a vida um pouco de tudo que preciso e se não souber corro atrás de descobrir. E mais importante, eu sou um jardim pequeno, em mim só cabe lembranças e saudades, pelo menos por enquanto.

-Por que será que os artistas entre nós, nossos conhecidos amigos, não poetizam? Leram as mesmas coisas, viemos de uma geração juntos, mas não são poesia... Ou melhor, por que você é poeta?

-Sei lá. Tantos motivos devem ser. As pessoas já não são como antigamente não acreditam mais na beleza e magia do mundo. São poucos que sobrevivem com aquele brilho interno ao passar pela vida. Difícil saber.

-Por exemplo, outro dia eu achei sua foto no "poder do mito", lembrei que eu te disse sobre isso e você nem ligou, nem quis a foto de volta... entendi que era um presente sem ser dado, você conseguiu fazer isso, dar um presente sem entregá-lo. pra mim isso é poesia; tempo, um leve ar de despretensão um silêncio unindo amigos... Poxa, some não!... Como ser ator sem saber fazer isso, um ato poético, e não só palavras, momenclatura, e todo o papo dessa roda...

- As vezes as pessoas perdem um pouco o foco da arte. É legal discutir sobre, mas quando de alguma maneira isso entre na arte, e não fique só nas palavras, na voz de quem consegue convencer mais, porque na real, como ensinar arte? como ensinar a pessoa a acreditar na capacidade de emocionar outra pessoa se muitas vezes esses que deveriam mostrar como, não conseguem mais vez a beleza das coisas simples?

-Acho que é isso, o simples se tornou um palavra, e não uma vivência... Bom conversar contigo. E saber que alguém, um poeta, saiba que a minha saída agora é um ato tolo, tímido e simples.
De poesia...
A gente se vê.

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