quarta-feira, 30 de maio de 2018

Cicatrizar

Sentir o frio da navalhas na pele
o corte que transpassa as camadas
a força não se torna necessária
as primeiras gotas de sangue escapam
a dor.

A pele grita num silêncio agonizante
a cor vivida que flui
a escassez de vida
uma grande incapacidade de cicatrizar
a solidão.

Um rio vermelho de sofrimentos
o vazio de emoções
a incerteza de uma cura
a vontade de continuar
a duvida.

Pequenos momentos de tranquilidade
o abandono dos pesos das costas
a perspectiva de um recomeço 
assombrados pelo passado
a repetição.

segunda-feira, 28 de maio de 2018

É isso... como é ruim a distância. As coisas ficam incompletas... Até o fim se faz em reticências... Faltou um olhar nos olhos... Faltou o toque... Faltou as trocas de lágrimas... Faltou o som... Faltou o silêncio... Faltou aquele abraço... Faltou a incapacidade de virar as costas... Faltou o calor... Faltou os detalhes... Faltou a despedida.
É incrível como tantos pensam que a ausência de tais sofrimentos é a solução para não sofrer, mas pra mim... sofrer é o que me impede de sofrer eternamente. Quando as coisas ficam incompletas...
Queria estar ao seu lado uma última vez... nos sentir uma última vez... Viver o infinito.
E só...

domingo, 27 de maio de 2018

Tem dias em que a vida se acumula dentro de nós. Cabeça a mil. Pensamentos que não param. O sono que não sustenta de sonhos turbulentos. Como se a vida inteira passassem ao mesmo tempo. Tantos pensamentos que fica dificil até de organizar. A fuga se torna a escrita, que nem sempre faz o menor sentido, e como faria? Se os pesamentos não são conexos. Se o corpo pulsa com a inexistência de emoções.  Estou ciente de que tudo é um mero reflexo de minhas escolhas, mas como fazer escolhas diferentes vendo o futuro se repetir em minha frente? Como tomar as mesmas decisões quando chegou ao ponto de entender que eu não posso salvar ninguém? Minha vontade era de tentar convencer o contrário. De argumentar e mostrar como a vida pode ser diferentes, mas... e se eu estiver errado? E se no fundo, tudo são medos que continuam sugando aos poucos a mim mesmo? E porque as coisas teriam que ser do meu jeito? Toda essa infelicidade que me cabe poderia passar, mas será que ela não seria só transferida para o lado de lá? Não acho justo colocar alguém no meu mundo, sendo que o meu mundo já não é tão estável como deveria ser. Tento me convencer de que essa é a melhor escolha com medo de ser fraco e me render a necessidade de fazer as pessoas felizes. Seria esse o medo de perder? Não tenho certeza, pois não me incomoda o fato de acreditar que ela pode ser feliz de verdade em outro lugar. Talvez, não sei o medo de perder uma possível relação amorosa... talvez o medo seja só de perder a existência da pessoa em minha vida. 
Talvez eu só esteja cansando de estar na vida das pessoas por tempo determinado. Talvez eu esteja cansando de ser um apoio para que as pessoas melhorem. Talvez eu não queira mais ser aquela pessoa que todos sabem que podem contar em qualquer hora em qualquer lugar. Pode ser que eu só queira alguém que, para variar, procurasse cuidar de mim. 
Já foram tantas as vezes que acreditei quando alguém que a muito não via me procurava. Sempre me iludia em acreditar que o motivo era algo além da necessidade. Talvez seja isso. Talvez a solidão me complete. 
Se pelo menos eu tivesse a certeza de que algo fui para as pessoas, de que fiz diferença... poderia ser um alívio no imenso silêncio que me persegue, mas como poderia saber, se depois ... o vazio é o que me resta. 
São tantas a ideias e pensamentos que por mim passa... tão poucas pessoas para compartilhar. 
Talvez tudo não passe de uma grande estupidez. Só mais um grito de lobo no meio das festividades, mas será que meu grito algum momento foi ouvido? Alguém consegue entender meus gritos silenciosos de atenção?
Me resto em mim... Como sempre restou...
Tendo a certeza de que tudo vai passar, como tudo passou. 
Mesmo que muitas coisas eu não queria que passasse. 

sábado, 26 de maio de 2018

Amor dói no corpo.

sexta-feira, 25 de maio de 2018

Hoje eu só precisava de uma cerveja e uma boa companhia. Alguém que eu pudesse me confiar por completo. Alguém que provavelmente já não está do meu lado. Nesse momento eu só queria paz. Poder rir com alguém sobre o passado, sobre coisas banais. 

Hoje pensei em pessoas que ficaram para trás... ou que me deixaram para trás, não tenho certeza dos vetores. Pensei na solidão, pensei no vazio, pensei em tudo que passei. Pensei tudo isso para tentar entender onde estou. Estou nas lacunas do mundo.

Tenho constantemente pensado em ir... simplesmente ir. Sem rumo, sem motivos, mais ir. Isso me impede de construir coisas, fixar em lugares. Estou sempre com as malas prontas esperando a próxima oportunidade de sumir.

Existe um fluxo dentro de mim de continuar... não importa o que aconteça... Não é a primeira vez... não vai ser a última. 

Hoje estou triste. E não sei bem a quem recorrer.