terça-feira, 18 de agosto de 2015

Oi amor,

Hoje acordei pensando em você, estranho dizer isso considerando a imensa distância de uns 15 centímetros que nossos corpos estavam um do outro, mas eu tinha tanta saudade de você. Você estava ali em seu sono profundo enquanto o mundo acontecia lá fora. E eu na pretensão de fazer cada segundo da minha vida valera ao máximo, para talvez me iludir em acreditar que existe algum sentido nas escolhas que fiz. Te olho por alguns minutos sem nem me mexer, a luz quase inexistente trazida pela sol e filtrada pela janela fechada. Nesse cenário, decido que a melhor maneira de gastar minhas horas de manhã restante é na escolha mais óbvia e mais prazerosa para mim. Talvez, e só talvez as minhas escolhas não são sempre erradas, pois nessa manhã, escolhi me aconchegar em você e dormir por mais algumas horas. Você ainda dormindo, talvez inconsciente, passa os braços ao meu redor e me abraça. Sinto seu calor passando em minha pele. Sinto seu corpo no meu. Sinto a calma de que sabe que tudo vai dar certo. Sinto você comigo.
É difícil dizer as vezes, mas a sua ausência me deixa louco. Totalmente desnorteado, sem saber ao certo o que fazer. Duvido de mim, duvido do mundo, desconfio que tudo está para acabar e sinto brevemente minha vida se esgotando. Por isso as vezes é tão difícil estar do seu lado quando essa ausência de intensifica em mim. Já não tenho certeza de que sou capaz de te fazer feliz, muito menos de que sou merecedor de tal privilégio que é te amar, e talvez, ser amado de volta.
Duvido da minha capacidade de estar ao seu lado e isso só se acalma em minha mente quando você me percebe ao seu lado, a sua espera, só querendo um beijo da maneira mais silenciosa e envergonhada possível. Vergonha de que me perguntaria... E eu não teria uma  resposta boa a dar. Não que tenha feito algo errado, o erro é eu estar ao seu lado e não ser capaz de te fazer a pessoa mais feliz do mundo. É difícil controlar as loucuras que acontecem dentro de mim, e o não perceber da minha necessidade de você me desequilibra e me desmancha.
Me sinto nada mais do que um escada rolando em um shopping vazio, não tenho sentido estar funcionando sem a presença de um corpo que me completa, sem você para ser útil.
Não sei dizer se morreria se me abandonasse, mas sei que a vida ficaria confusa e sem um bom sentido para seguir em frente. Por tempos o vazio me consumiria e a loucura bateria a porta como melhores amigos quem não se encontram a tempos, ou então que se encontram todos os dias. Não me entregaria a bebida, pois sei que se me embriagasse acabaria que nem um infeliz renegado correndo desesperadamente atrás de tudo que perdeu, no caso você. 
Desculpa a minha incapacidade de perfeição ao seu lado, mas você tira totalmente meu chão, tinha minha essência, tira minha razão. Eu sou como um bichano abandonado no inverno procurando desesperadamente um pouco de calor para sobreviver. E meu calor é você.
As vezes me faltam palavras para te explicar tudo que passa pela minha pela, pelas minhas veias, pela minha aula quando estou ao seu lado. Talvez pudesse eu simplificar isso em Amor. Mas amor as vezes parece tão vago e comum. Se for assim, nem sei o que sinto por ti.
com carinho. 
Alguém que te quer bem.

sábado, 15 de agosto de 2015

Não sei onde deixe toda a calma que tinha dentro de mim, em alguma esquina qualquer deve ter se perdido. Alguma curva que fiz mais forte e não percebi pedaços de mim ficando para traz. Hoje o mundo me incomoda. Sinto meu corpo definhando com nunca antes aconteceu. Como se todos os erros e problemas que desviei durante minha vida voltasse a tona como uma onda devastadora. Dentes que se apertam, bolhas que surgem, coceiras que não terminam, buracos, verrugas, veias, ausências e mais ausências. Se um dia escapei dos meu males, hoje eles me esmagam, me esvaziam. Como se drenassem cada energia que possa aparecer em mim. Hoje recorro a velhas crenças que me acalmava quando criança. Hoje me apego aos pequenos lapsos de memórias que me restam, afinal de contas, não sei mais quantos anos ainda me restam dentro do campo cultivado de lembranças. 
Me ocupa também medos, ilusões, descrenças. solidão. Estou ocupado pelo vazio, e o vazio ocupa tanto espaço! Me assusta perceber que quem fui, talvez, não me sirva mais. Talvez falte eu me reencontrar, como sempre é necessário para qualquer um em sanidade, mas nem sei mais se posso dizer que existe alguma sanidade em mim ainda.
Estou me afogando em mim, e desse mar, poucos podem me salvar.

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Ando me sentindo impotente.
Acho que não tem uma maneira melhor de explicar o que passo que não essa.
Tenho tentado todos os dias dar conta de pequenas coisas, pois as grandes coisas tenho tido muito medo de tentar encarar. Infelizmente, como se fosse um sinal de reprovação travado, escuto o mundo me mostrando como não sou capaz de realizar tais planos, por menor que seja. 
Talvez o que eu precise é de alguém, ninguém em especial, mas uma pessoa que lembre de mim, que venha me dar um "oi", puxar qualquer assunto banal da vida, que em meio essa conversa, talvez perceba, ou talvez não, que eu estou me sentindo fraco, e que não tente me enganar em falar que sou ótimo, perfeito. ou qualquer coisa do gênero, mas que pergunte como pode ajuda.
Mesmo que minha resposta seja "não tem como ajudar", o que provavelmente será, já me ajuda.
Não me desfaço das pessoas ao meu lado, nem menosprezo o que tentam fazer ao me elogiar... é que tem dias que você não está bem, e não importa o quanto a pessoa tente te mostrar que você é bom em algo, você não vai acreditar.
Preciso de alguém que tenha paciência quando estou assim, pois é quando estou mais vulnerável. Qualquer erro grita em minha cabeça o constante fracasso que conquisto.
É como querer pegar água com as mãos, você consegue, mas aos poucos ela se vai entre os dedos, entre os vazios que encontram dentro de você.
Minha cabeça tem latejado ao gritar pra mim mesmo que não sou capaz, que vou esquecer as coisas e decepcionar cada pessoa que me importa nesse mundo.