sábado, 26 de maio de 2012

por aqui

"Moça. Moça. Me deixe tocar na sua carne viva?"
Estou precisando de uma prova que estou vivo. Preciso sentir algo. Qualquer coisa.
Me bata, me abrace, me faça correr até meu folego acabar. Por favor.
Preciso ter certeza que ainda sou alguém. Que posso sentir.


O tempo, que era tão meu amigo, me abandonou.


Me perdi dentro de mim, isso porque o mundo não me quis fora. Minha fuga virou meu pesadelo.


Ninguém mais me quer.


Talvez o solidão no seu mais puro de ser não fosse tão agonizante assim.


Eu procuro no mundo qualquer lugar que me sinta bem, que eu seja útil, fazendo o que for, já não quero mais fazer algo em especifico, só quero fazer algo.

A solidão me envolve a tempos. E sinceramente, não me incomoda.


Deixo aqui de memória,
"Um pequeno gesto de poesia que ninguém nunca perceberá, mas que você sabe que existiu."

domingo, 13 de maio de 2012

Querida amiga,

Que péssimo amigo sou eu que passo meses sem dar notícias, não é? Eu, às vezes, esqueço que as pessoas estão longe. Não sei bem o porquê, mas eu me acostei a estar longe das pessoas. Não que você não faça falta para mim, e como faz, mas a ausência é algo que nunca me incomodou.
A minha vida anda bem simples, o que não é algo que me agrada muito, já que o simples é tão complicado para mim. O tempo tem custado a passar. Os dias parecem semanas e as semanas não passam nunca! Tenho vivido na suspensão. Se é que isso queira dizer alguma coisa. Meu futuro não existe, meu presente não existe, só existe a tentativa constante do passado se recriar. Não que eu não queira mudar. Eu quero, mas a mudança não acontece nunca.
Passei seis meses parado. O vento não soprava. O sol não esquentava. O Mundo não girava. Passavam os pensamentos, passam as pessoas, passavam os sentimentos, mas não o tempo. Por seis meses o tempo parou. Vivi assim, no sonho desejado... “tempo”, “liberdade”, “ausência”... Muitas pessoas finalmente se encontram quando saem de suas gaiolas e vão para as jaulas do mundo, encontram sua “liberdade” na expansão da prisão. Eu não. Eu que vivia a cada segundo na minha humilde possibilidade de voar por todos os mares, me perdi quando entrei nessa jaula. Como mudar o que você é, quando você já é tudo que você deseja?
Dizem que quando você é preso injustamente por pessoas que não concordam com o seu jeito de ser, isso afeta de qualquer maneira o mais intimo de si. Por meses me mantive nessa prisão, com breves momentos de sol. De repente quando sai, escapei e voltei de onde tinha parado, percebi que já não conseguia voar como antes. Percebi que as pessoas já não me queriam como antes. Percebi que a vida já não era como antes. O tempo para e parece impossível voltar ao que era.
Nessa minha “volta”, muita coisa perdi. Sinto-me sozinho em momentos que não deveria. Falta-me vontade. Preciso da minha linda e aconchegante solidão. Ainda amo, tudo que amava, mas não aguento viver na “imersão” de paixões que vivia. Como pedir um tempo ao tempo? Sinto-me carente. Não sei por que, já que não me falta gente para me dar atenção.
Para falar a verdade, não tenho muito de interessante a contar. Queria me desculpar, por ser esse péssimo amigo. Não sei de nada que está acontecendo com você e mesmo assim venho falar dos meus problemas. Desculpe-me por tudo que fiz de ruim. Saiba que te amo e que sinto muita saudade de estar com você. Espero que um dia a gente se encontre de novo e voltemos a conversas sobre coisas banais da vida.

Um grande beijo de seu amigo