sábado, 21 de setembro de 2013

Te ver sorrir.

Quando o mundo parece pesado e a vontade de desistir é extrema, são seus olhos que me dão forças. Sua beleza ilumina a noite escura que a vida tem sido. Na ausência de atenção me escondo no meio da multidão para, de longe, te olhar. Você tem aquele sorriso de quem vive, aquele calor de quem ama. A festa se apaga para você brilhar para mim. Não, você não sabe, ninguém sabe. Minha constante falta de coragem me impede de me aproximar qualquer centímetro de ti. Não. Já nem me incomoda mais a minha anonimidade ao seu lado, depois de alguns instante percebi que não caberia em sua vida e que estava tudo bem, minha alegria era unicamente te olhar. Te ver sorrir.
Você está lá, a todo o momento, dançando, bebendo, curtindo, rindo... e eu só a te olhar. Meu coração acelera a cada cruzada de olhares. Eu sei que o cruzar de olhares foi sem querer e que você se quer me percebeu por lá, mas eu ainda tento, como uma criança tímida, virar meus olhos para outro lugar e fingir que sou normal.
Aos meus olhos, o mundo para para você dançar, coisa de cinema sabe? Tudo fica preto e branco, tudo fica desfocado, tudo fica estático, menos vocês. Você continua colorida, brilhante, focada, e dançando e sorrindo. A distância perde sentido já que meus olhos só te seguem a cada passo.
E naquele momento, eu me apaixono perdidamente por alguém que nunca mais vou ver. A ausência já não me incomoda mais. Terão outras festas, outros sorrisos, outras cores, outras paixões, e você ficou guardada eternamento dentro de mim.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Vida

A vida, anda cruel, passando por cima de tudo e de todos. Sem piedade por ninguém. Impede a constância de alegria das pessoas. A vida é irônica, gosta de se divertir as custas dos outros. A vida...

sábado, 14 de setembro de 2013

Incertezas da vida me confundem no caminho, ir embora? ficar? insistir em questões que não deram certas ou renovar. Onde estou nesse momento em que não me encontro mais no universo? Só quero voltar, esquecer tudo que aprendi, e voltar na inocência da vida. Quero ser menor, quero ser esquecido aqui, quietinho no meu lugar. Por favor se vá, e me deixe para traz, já não sei qual caminho mais tomar.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Tempo

De repente você se vê envolvido em um turbilhão de coisas que a nenhum momento deixa a sua cabeça. Pensar em muitas coisas é que nem pensar em nada, e nada eu não tenho tido o luxo de pensar, e se tivesse, preferia pensar em nada do que ser incapaz de pensar em tudo. Respira. Envolto desse furação de obrigações que vivo, faculdade, TCC, política, arte, grupos, viagens, estudos, palestras, peças, festivais, trabalhos, oficinas, hospital, temporada, estágio, pós... A doença que mais me maltrata e que mais me incomoda, não é a febre, não são as dores de dormir de mal jeito, não é o sono constante, não é a garganta inflamada, não são as aftas, não é o corpo cansado, não é a dor de cabeça, não é a fome, não é a falta de tempo... o que mais me incomoda é a saudade.
A incerteza de quando vou ver meus pais, ver meus irmãos, ver meu cachorro, meus primos, meus tios, minha família. É saber que todos entendem, que todos me apoiam, mas não entender bem o porque. Por que o tempo passa tão rápido que nem nos deixa viver? Ou será que, infelizmente, a vida me consumiu e não fui eu que consumi a vida?
A tristeza aumenta quando descobre que está perdendo as coisas mais simples da família... Não quero uma viagem para o Hawai ou então uma trilha no meio da floresta Amazônica... só quero poder ir em um almoço de domingo, comer, rir, beber, falar besteira, ouvir música, até todos dormirem. 
Eu não quero mais contar os aniversários que perdi de minha prima, ou então ouvir histórias dela falando "Porque ele não vem mais? Ele não gosta mais de mim?". Não quero ter a chance de chegar de volta em minha cidade e meu cachorro já não me reconhecer mais, porque é tão confortante abraçar ele com força ao abrir o portão de casa. Não quero perder a oportunidade de encontrar meu irmão, que fica por algumas horas só na cidade, por que estou fazendo favores de trabalhos, que eu deveria estar cobrando.
Não quero ouvir minha mãe perguntar outra vez, "Então já sabe quando vem?" ou pior, acabar ficando tempos sem se quer ouvir a voz de meu pai.
E nesse momento, quando paro para respirar e colocar tudo no lugar, esquecer de tudo que continua, incansavelmente, entorno de mim e simplesmente olhar com clareza, percebo que estou me formando, e que aquela velha promessa que "ao se formar as coisas se encaminham" eu vejo que meu caminho ficou pela metade, e então o desespero surge de novo. Tantas possibilidades incertas de vida, tantos caminhos pela metade vejo na minha frente e quanto mais eu olho, mais parece que o furacão vai aumentar.
O corpo já não aguenta mais, a mente vai e volta a todo o momento,  a alma parece não existir, fica a vontade daquela época em que tinha tempo para ouvir o silêncio da madrugada. Caminhar sem rumo, com o vento batendo na cara. Para em qualquer lugar e simplesmente ficar lá, sem pensar em nada e pensando em tudo.