terça-feira, 31 de janeiro de 2023

Agora, venho, eu, aqui, transformar em palavras pulsões de morte e vida que se sucedem na minha existência. Em algum momento, parece que as emoções morreram, o mistério, a surpresa, a vislumbração. Em algum momento, tudo foi obrigado a virar letras, palavras, frases. Tudo tem que ser traduzido da forma mais didática para que seja possível entender a tristeza, a alegria, a solidão, a paixão, o desejo, e todos os outros possíveis sentimentos que estejam pulsando. Em que momento paramos de tentar decifrar, tentar entender, tentar montar esse grande quebra-cabeças que a vida? Em que momento nos tornamos chatos o suficiente para que em vez de viver a poesia, tenhamos que ter todas as explicações dos anseios do poeta? Em que momento a racionalidade ganhou força e assumiu o espaço do corpo, do toque, do cheiro, do gosto, do som, e da imagem? 
Será mesmo que vamos à um museu para que nos digam como pensar e interpretar a obra de arte, ou vamos experienciar o desconhecido? 
Um salto no abismo. 
Um salto para o caos. 
Se nem sabemos quem somos nós e do que somos capazes de fazer, como desejar conhecer cada pedaço do outro sem nos arriscarmos em um labirinto de dúvidas, inconsistências e medos? 
Lembrando que esse labirinto é feito de arbustos vivos e pulsantes, que se transformam a cada segundo em novos caminhos, desejos e vontades. 
Nos perdermos no outro também é uma forma de nos encontrarmos. De transformarmos. 
E deixe as pegadas se apagarem atrás de nós. 
Desse forma, o ultimo a sair, não esquece de fechar a porta.

segunda-feira, 23 de março de 2020

Sabe... eu ando cansado. Essa é a verdade. Eu ando cansado. 
Tem épocas em que parece que a vida se desmorona na gente... 
Será que você já sentiu isso? 
Não é que não estejam várias coisas boas acontecendo, mas...
o peso que elas trazem junto as vezes parece exagerado de mais. 
Engraçado como a gente acaba se tornando aquela pessoa que está pronto para ajudar a qualquer um que precisar. Como parece só normal o fato de querer fazer a vida das pessoas se aliviarem, se acalmarem. Sabe? Ver alguém feliz... Sentir que fez alguma diferença na vida de alguém, mesmo que isso não mude nada na sua? Sei lá... de repente as pessoas só conversam contigo quando estão precisando de algo, e parece que não vai ter momento de leveza com as pessoas, porque só quando a vida parece injusta eu me torno justo para ser consultado.
Fico pensando em quantas pessoas ficam sabe? Não de estar a todo momento comigo, mas... quem realmente fica quando a barra pesa pra mim. Quem realmente se importa. Quem em um momento de respiro quer realmente saber se estou bem. Quer me contar uma piada, falar do passado, chamar para uma viagem, tomar uma cerveja, ou só estar... 
Não me importo muito em sustentar as pessoas quando elas precisam, mas me faz falta as ausências em meus momentos de dores.
A ausência as vezes é muito maior na conexão do que na fisicalidade. 
Saudades de dias mais leves.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

As vezes a vida nos sufoca, nos deixa sem ar, ao mesmo tempo em que tem vontade de gritar aos quatro cantos, mas do que adiantaria se ninguém está lá para me ouvir? Quem viria puxar assunto? Só dizer que estou ao seu lado? Ultimamente bem poucos. Respirar.

domingo, 1 de dezembro de 2019

Não seja boba, é claro que sinto saudades de você. Isso é uma certeza que você pode ter. O fato de que nossos caminhos, talvez, não volte a se cruzar, não muda em nada em tudo que passamos juntos. É fácil entender que as coisas mais cedo ou mais tarde chegaria onde está agora. Eramos dois com muita vontade de estar juntos, mas pouca coragem de perceber o que gritava em nossos ouvidos. A relação que me interessa não condiz com as expectativas que você tinha de se relacionar comigo. Minhas preocupações não se aproximava em nada das suas. Seus sonhos não cruzava os meus em nenhuma esquina da vida. Da mesma maneira que você não conseguiu me ver, talvez eu não tenha conseguido te ver. 

Acho que a gente cria expetativas irreais sobre as pessoas, na vontade de que ela esteja o máximo de tempo possível em nossa vida, mas no final, cada um é o que é...
Não acho que houve um erro real a se considerar, talvez se eu tivesse corrido mais atrás de você, ou se você tivesse se preocupado menos com nós dois... talvez se a gente tivesse largado tudo e ido morar na praia... ou então se nos desdobrássemos para nós ver mais... talvez tantas coisas... mas será que teria sido diferente?
A gente que acreditar que ao conhecer alguém temos o poder de manter essa pessoa eternamente em nossas vidas, mas nem quanto vai durar a nossa vida a gente tem o controle. 

Alguém, a pouco, me disse "essa fixação que as pessoas tem em felicidade, e se ser feliz não for o mais importante?", e sem nem muito pestanejar (considerando que discutíamos signos) respondi: "eu, como bom sagitariano, a felicidade é o que me importa na vida, não dinheiro, não comida, não amores eternos, não estabilidade.... FELICIDADE. Se eu sei ser feliz, o resto a gente resolve."
Talvez a resposta tenha sido sem grande pensamentos, até um pouco inocente, mas, como bom sagitariano, são as respostas mais inocentes que pulsam maiores verdades para mim. 

Então, (por mais que você odeie que eu te fale isso) tudo bem se a gente não estiver juntos. Tudo bem se você encontrar outra pessoa. Tudo bem se eu ficar sozinho para sempre. Se você conseguir se encontrar dentro de ti e ser feliz com isso... Não vou ser eu que vou chegar e falar "Como a gente poderia ter sido feliz." 
Espero que a partir dessas palavras você talvez perceba algo que já tantas vezes te repeti. Não vou ser eu a pessoa que vai te prender a algo que te fez mal... um sofrimento enorme para pequenos momentos de êxtase. Não serei a pessoa que vai te deixar se perder de você, até porque, me apaixonei pela sinceridade de seu sorriso, pela liberdade de seu corpo dançando no ar, pelo prazer em suas palavras e brincadeiras e pelo jeito leve de estar com as pessoas. E se eu sou o culpado de isso estar se perdendo, a dor em mim me apunhala forte. 

E sinceramente, seria mais feliz em te ver brilhando do que se apagando em meio meu mundo de fogo.

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Fico aqui pensando em todos os lugares que estive. Ao rever meus processos e minhas relações percebo que sempre estive preocupado em transformar a vida dos outros em um espaço com maior amplitude de que a felicidade se instaurasse.
Fiz muitas escolhas a partir dessa perspectiva, que hoje, percebo que em algum lugar eu estava me abandonando pelos outros. Aquela velha história de que de mim eu me cuido sozinho, ou qualquer coisa do gênero, mas ao mesmo tempo...e eu ?
Se estou sempre a merce das vontades alheias... e eu? Será que não posso eu em algum momento de rebelar sobre todas as minhas questões na possibilidade de me reencontrar como ser? Não poderia eu, ser egoísta e te pedir para ficar, mesmo que isso não esteja bom para você? Não poderia querer mais e mais?


Provavelmente não.
Por mais que muitos não me entendam, eu não vou me render a ser aquele que atropela qualquer coisa, ou qualquer um, que esteja no meio do caminho. Provavelmente não colherei os frutos mais bonitos da árvore, mas com certeza não passarei fome ao me deliciar com o que me foi previsto. 

Talvez qualquer   resquício de amor fosse o suficiente para desconstruir a realidade que estamos presos. Ah sempre uma saída inteligente. 

terça-feira, 1 de outubro de 2019

Respirar'

Momento de respirar. 
Como já em outros momentos, entro em uma fase complicada. De vários aspectos diferentes. Momento de repensar a vida, de rever planos, de se reestruturar.
Dias corridos, poucas horas de sono, muito coisa a fazer, cérebro que as vezes parece não fluir como de costume. Energias instáveis e desequilibradas. 
Respirar. 
Sentir. 
Estabilizar a mente, o corpo, a alma. 
Organizar o quarto, a vida, os planos. 
As coisas vão se contornar como sempre fiz acontecer.
Respirar.
Sentir.
Sorrir.

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Não sei bem nem começo começar a desaguar meus pensamentos nesse textos. Queria falar sobre relacionamento e como entendo no momento (amoroso ou não). 
Passei por um momento na minha vida de uma relação extremamente difícil, pesa e abusiva, que ao final dela já não sabia nem ao certo quem eu era. Foram anos de processo para me reentender. O resultado disso foi:
Decidi que não quero mais viver relacionamentos pesados. Simples assim. 
Para mim não tem muito o que discutir sobre isso, não entendo porque alguém gostaria de estar em uma relação pesada, de cobranças, desconfianças, ciúmes excessivos e coisas do gênero. Gostaria mesmo de entender. 
O meu pensamento sobre um relacionamento leve não é muito complexo. Não entro no romantismo de dizer que um relacionamento leve não vai ter problemas, ou então que não aconteceram brigas e as pessoas envolvidas não vão ficar chateadas, mas penso em um lugar de fluidez. A relação tem que acontecer quase que naturalmente, de repente, já está. E, claro, assim deve seguir, para um dia, anos depois, os envolvidos parem e pensem "nossa, já tem tanto tempo assim?".
Ao mesmo tempo, se a relação não se torna contínua, continuo achar que inclusive o fim deve ser leve. Se não se encontra mais motivos para ficar juntos, ou chegam ao um beco sem saída, cada um pega sua mala e segue sua viagem sozinha. Porque a relação já acabou... qualquer coisa além disso, para bem ou para mal, é desperdício.
Isso não estou dizendo que não dói, que não fico mal, triste ou o que for. Isso quer dizer que eu tento ter a maturidade de entender que as coisas tem um fim, e ter um fim, não é o fim para mim. As dores passam, as coisas se tornam saudades e a vida continua, como sempre continuou. 
Prefiro ter a possibilidade de que vou reencontrar a pessoa e conseguir relembrar bons momentos, do que a certeza que vou preferir nunca mais vê-la na minha frente. 
Será que isso é muito estranho? Será que eu sou louco ou estou querendo o impossível? Comigo tem funcionado tão bem... 
Se alguém souber de uma resposta do porque alguém iria querer uma relação diferente. Por favor, me conte. 

terça-feira, 10 de setembro de 2019

Eu gosto do silêncio. Por mais estranho que essa afirmação possa parecer, considerando que sou uma pessoas extremamente barulhenta (afirmação de terceiros, não minha). O silêncio é como uma manta fina em dias que a temperatura cai por causa da chuva. Não é que esteja frio, mas existe um prazer estranho em se cobrir em dias de frio (confesso que não me encaixo nessa sensação, mas admiro as pessoas que fazem isso). 
Acho que existe uma aflição das pessoas em lidar com o silêncio. Talvez no silêncio seus pensamentos se tornem mais altos e seus medos inundem sua cabeça como um tsunami que lava a costa de alguma cidade levando consigo alguns corpos afogados. E ninguém quer sufocar com suas próprias ansiedades. 
Comigo não. O silêncio é o som organizador da minha existência. Para quem vive em meio a altos gritos, risos contantes e discussões fervorosas, encontra no silêncio um grande amigo, daqueles que vem sem ao menos avisar e ocupa sua tarde com boas memórias e calma. 
Esse velho amigo sempre me coloca em perspectiva, positivas ou não... É como se a vida me desse uma tempo para retomar o folego e continuar na batalha constante da sobrevivência. Se parar para ouvir com calma essa pausa que o silêncio nos dá, é possível até escutar o universo se movendo a nosso favor. Como um beijo de vida que nos faz voltar a respirar. E... cada... respiração... conta...

terça-feira, 13 de agosto de 2019

Escrevi um texto onde falava tudo que precisava dizer. Quando estava nas últimas palavras, percebi que eram frases que não deveriam ser ditas. Percebi que eram dores que não cabiam a mim doer. Percebi que talvez eu que esteja acostumado de mais a solidão. Sempre rodeado, mas sempre me despedindo. Talvez eu não sabia ficar. 

segunda-feira, 20 de maio de 2019

Palavras soltas

São tantos os acontecimentos que se passam fora e dentro de mim que está até um pouco difícil de direcionar uma única questão. Entre eles existem coisas boas, coisas cotidianas e coisas ruins. O meu corpo passa por mares de sentimentos que se complementam como uma onda avassaladora, mas ao mesmo tempo, essa mesma onda limpa a praia para que os pensamentos fluam com tranquilidade. Já não basta só ser. Sinto que a existência nesse momento não faz sentido se não tenho forçar para ser algo além para os outros. Percebo cada dia mais a validade da minha vida pelo constante surgimento de pessoas que precisam de mim. Talvez não da minha sabedoria (pois dela não tenho tanta a dividir), mas talvez da minha energia. Não que eu seja a melhor pessoa do mundo, com a energia mais positiva possível, mas sei que dentro de mim pulsa uma vontade de viver incontrolável. E que a felicidade não demora muito a surgir. Talvez por isso seja tão intenso meus momentos de agonia, quando eles aparecem. Como palavras soltas no ar, gostaria de falar que minha mão esquerda está cansada, não sei de exercícios constantes, ou de um vício que perdura no uso de tecnologias, mas sinto os músculos cansados, dores muscular. Enquanto escrevo meu celular toca ao lado, talvez seja alguma resposta de um espaço que abri para pedirem ajuda, talvez seja só mais bobeiras dos amigos. Finalizo esses pensamentos perdidos no intuito de, talvez, poder ajudar alguém. Se não, vale sempre a insistência de mostrar que você não está sozinha!