quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Energias que se encontram no desencontrar da vida. 
Um sorriso que se abre para o mundo girar.
Já não sei bem como acontece.
Desconfio de mim, do mundo, de todos,
Mas acredito na imensidão do inesperado.
Quantas pessoas se cruzam num dia?
O mais difícil é o que não fica disso.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Aquela do abraço

E quando um olhar encontra com o outro
E um sorriso surge para o outro
E o movimento de aceitação aparece
E os corpos se entrelaçam 
E os calores se encontram
E as faces de relam
E os cheiros aparecem
E sente a força de quem não quer largar
E sabe que também não quer
E tem certeza que tudo está bem
E sabe que por um segundo o tempo parou
E nunca quer acabar
E então, passou....

Sobra-se a lembrança,
a sensação,
a saudade 
e o sorriso.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Então ele abre seus olhos e sente o incomodo da luz do sol que reflete em seu espelho. Seus olhos começam a arder como se a anos não visse qualquer tipo de claridade. Sente-se perdido por não saber bem aonde está, mesmo tendo certeza que não saiu de sua cama a dias. A falta de força que o atinge faz sentir como se seu corpo fosse de chumbo e nem com toda sua energia conseguiria se mexer. Mantem-se deitado tentando adaptar a claridade que ocupa sua vida, já não sabe bem o que é ver as coisas. Por três dias se encontrava deitado naquela cama enorme, mas três dias que parecia uma eternidade. Pensava o que teria acontecido consigo mesmo que nunca foi de desistir. Sua cabeça, confusa pela fome e sede, incomoda como um alarme de carro que não para de tocar. Respira fundo na esperança de encontrar em sua memória o porque de estar daquela maneira, mas sem nenhum bom resultado. Era como se tivesse perdido os dois últimos meses de sua mente, apagadas como se deleta uma foto qualquer em um computador, pra sempre perdido no vazio de sua cabeça.
Junta toda a energia que consegue e tenta levantar, mas o máximo que consegue e virar a cabeça a ponto de conseguir olhar um canto de seu quarto. Lá sente a solidão que o ataca, caído no canto se encontra algumas garrafas de whisky, todas vazias, não lembrava de ter bebido nada, mas explicava a dor de cabeça que sentia sem parar. Nunca foi de beber muito, se contia em quatro copos de cerveja para um dia agitado. Um pouco mais ao lado conseguia ver algumas cartas rasgadas e outra queimadas, só conseguia pensar em que poderia estar escrito nelas. Nada vinha a cabeça, apenas um imenso branco que não lhe dizia nada.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Hoje já não sei bem quem sou, me olho no espelho e já não me encontro mais lá, Tudo que vejo são apenas reflexos de fragmentos daquilo que um dia passou. Sou ali por entre aqueles vidros quebrados apenas uma sombra que passa. Aqueles estilhaços que continuo a todo o momento recolhendo, e como um quebra-cabeça com calma tento juntar as peças.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Tudo aquilo que é varrido pelo tempo...

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Em meio a solidão, me vem aquela vontade eterna de chorar, mesmo sabendo que as lágrimas custam a surgir, talvez tenha calejado minha alma dessas dores imensuráveis e só chore quando a banalidade da minha vida se tornar vazia. 
Continuo essa eterna luta em descobrir o que sou e me encontro sem conseguir respirar, tudo que meu pulmão consegue puxar já não me satisfaz mais. O ar me falta e consequentemente me falta calma.
Insisto em acreditar na beleza da vida mesmo quando são só os meus olhos que conseguem ver as cores que o mundo me mostra. Sem desistir procuro em minha alma a melhor maneira de mostrar o meu mundo e dessa caos surge minha arte.
Já não sei viver em paz, mas a paz não vive comigo a muito tempo, me acostumei com o caos, a confusão, a correria, e no meio de tudo isso, os sorrisos, os amigos, os amores. Não duvido na capacidade que tenho de me envolver com as pessoas, duvido é na capacidade que as pessoas tem em se manterem perto de mim por muito tempo, por mais que eu insista em avisar como sou para todos, algo insiste em darem uma chance ao mundo, ou menor a mim e no final a certeza de que tudo é como é me atinge novamente e mais uma noite sozinha se vai.
No meu peito meu coração insiste em bater na tentativa de me lembrar que ainda vivo, mas minhas energias já não sustentam a mesma opinião. Tenho vivido dos outros. Tenho me alimento e me sustentado dos outros, até quando isso vai ser possível?
Me iludo a cada dia dizendo que amanhã vai ser diferente, que amanhã vou voltar a correr, que amanhã vou escrever aquele artigo, que amanhã vou encontrar o amor da minha vida, que amanhã terei um emprego, que amanhã tudo vai ser diferente, mas quando amanhã chega ele deixa de chegar e me atravessa novamente na vontade de ser diferente.
O sono me atinge constantemente e ao deitar quero dormir, ao dormir não quero acordar, ao acordar quero morrer. Uma morte menos dramática de qualquer suicida, uma morte para os outros, quero morrer na memória de cada um e de repente ninguém mais me conhecer e eu ter aquele prazer tremendo de reconhecer a todos, sem julgamentos, sem erros, sem questões, sem nada.
O problema não é só o mundo, mesmo sabendo que ele está em uma imensidão de problemas que, talvez, se não o tivesse não tivesse esse texto sido escrito, mas é comigo também, difícil acreditar na minha impotência na vida, aceitar que nunca mudarei o mundo, nunca salvarei ninguém, nunca farei nada além do que fui precisamente construído para fazer. O problema é acreditar em utopias que tenho todos os argumentos necessários para provar que não passam de meras utopias. A aceitação é o pior sentimento que pode me atingir, é aquele sentimento que não vai me deixar sair da cama nunca mais e isso eu nunca quis.
E o ar ainda me falta, me falta algo a mais ... algo que já não sei bem o que, um dia soube de tudo que precisava e então descobri que era tudo um erro de uma pessoa inocente qualquer.