quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

E de repente a insonia me atormenta... sozinho na escuridão que o mundo toma forma. Todos os sentidos se aguçam no silêncio da solidão. Já não sei dormir na ausência de seu corpo, no vazio da cama que ficou ao lado. A incerteza do mundo que acalenta, mas não me impede de querer me jogar. Me sinto as margens do mar... olhando para a imensidão do oceano e com vontade de me afogar em suas águas infinitas. Me perder em sua vastidão, me entregar para suas profundezas. Esse mar que me puxa, que me chama, que me atrai. Esse mar que me faz amar. Ele cria uma despreocupação em minha alma que me faz querer mais. Quem pode segurar uma alma desprendida, uma alma sem fim? Quero me afogar em você. Quero encarar a vida sem absolutamente nenhuma certeza do que sera. 

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Hoje o dia amanheceu mais claro, mais calma, mais sereno.
Do meu lado se encontrava a felicidade.
Num toque gentil ela me acariciava enquanto,
ainda sonolento eu sentia com prazer seus dedos pelo meu corpo.
Não é que o sono fosse mais forte,
mas a sutileza do momento me impedia de me levantar.
Aquele toque como de quem acorda sabendo que está no lugar certo.
Uma sensação de completude que me tomava.
Uma certeza que a obscuridade do mundo,
não seria o suficiente para me assustar.
Aquele calor que se passava de um corpo para o outro.
Os olhos fechados, a pele atenta, um arrepio que se passa...
Já não me fazia sentido duvidar da vida,
quando a vida estava me sento tão boa.
Estava ali, eu e ela, na certeza de nossos sorrisos,
na inocência de um acordar,
com a sensualidade da paixão.
Eu e ela, naquela cama,
naquele sentimento,
naquele momento,
naquela manhã...

sábado, 10 de janeiro de 2015

Sim, é dificil estar com você. Queria que você tivesse a força necessária para acreditar em mim.
Poder de repente poder confiar.
Não sou assim o jato de confiança, ou menos alguém presente nas ocasiões mais importantes.
Você está aqui, mas muitas vezes parece que lá não estar.

Hoje estive, como várias outras sextas-feiras, no projeto pediatra do riso. Lá nos deparamos com diversas situações, das mais inusitadas possíveis. Hoje, a morte nos acompanhou. Ao chegar na UTI infantil, nos deparamos com um ambiente pesado, duro, quase morto. Uma criança que falecerá. Essa situação criou assim um companheirismo entre as mães. Um acordo não verbal e não real da necessidade de uma ajudar a outra. Aquele apelo de quem em seus desespero diário só quer poder dizer "meu filho melhorou", ou qualquer coisa do gênero. 
Uma entrada, um clima pesado, um vazio que me ocupava. Aquela vontade incontrolável de abraçar com toda a força que me encontrava no corpo aquela mãe desolada e desnorteada. 
Um olhar do pai, um sorriso, daqueles de quem diz "Você não pode ajudar meu filho, mas eu sei que você vai poder ajudar tantos outros filhos, estou com você."
Talvez nunca tenha sido isso que ele quis me dizer, mas foi isso que me passou. 
A duvida que me mantem e me fortalece é ... Qual a minha função em meio tudo isso? Que diferença realmente tenho feito lá dentro. 
Uma corda bamba presa entre duas montanhas tortuosas.