sábado, 15 de agosto de 2015

Não sei onde deixe toda a calma que tinha dentro de mim, em alguma esquina qualquer deve ter se perdido. Alguma curva que fiz mais forte e não percebi pedaços de mim ficando para traz. Hoje o mundo me incomoda. Sinto meu corpo definhando com nunca antes aconteceu. Como se todos os erros e problemas que desviei durante minha vida voltasse a tona como uma onda devastadora. Dentes que se apertam, bolhas que surgem, coceiras que não terminam, buracos, verrugas, veias, ausências e mais ausências. Se um dia escapei dos meu males, hoje eles me esmagam, me esvaziam. Como se drenassem cada energia que possa aparecer em mim. Hoje recorro a velhas crenças que me acalmava quando criança. Hoje me apego aos pequenos lapsos de memórias que me restam, afinal de contas, não sei mais quantos anos ainda me restam dentro do campo cultivado de lembranças. 
Me ocupa também medos, ilusões, descrenças. solidão. Estou ocupado pelo vazio, e o vazio ocupa tanto espaço! Me assusta perceber que quem fui, talvez, não me sirva mais. Talvez falte eu me reencontrar, como sempre é necessário para qualquer um em sanidade, mas nem sei mais se posso dizer que existe alguma sanidade em mim ainda.
Estou me afogando em mim, e desse mar, poucos podem me salvar.

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