sábado, 3 de maio de 2014

Da dificuldade de desapegar

Já não sei bem se sou eu ou o mundo que está quebrado, não que eu me ache superior a qualquer outra pessoa, mas insisto em tratar a vida de uma forma diferente. Nunca fui assim muito dependente de algo, me desligo, sem desligar. Se a ausência é necessária, que ela seja aproveitada ao máximo, mas que não incomode a minha sanidade.
Tenho me questionado sobre muitas coisas na vida, e a minha falta de preocupação na necessidade de estar com as pessoas é uma das questões em jogo. Será que sou assim tão insensível como dizem? Será que aquelas palavras que ecoam e minha cabeça são verdadeiras? "Ninguém pode ser assim como você. Algo tem que te afetar." Por meses pensei que isso talvez fosse a necessidade que as pessoas tem em sofrer, mas e se o sofrimento não for ruim? Me encontro em um mundo que sofrer é quase que proibido. Não se pode chorar, não se pode estar sozinho, nem mesmo querer sumir um pouco. Tudo é controlado, os sentimentos "ruins" são escondidos atras de medidas provisórias ou drogas que impossibilita o corpo de sentir.
Será que chorar é tão ruim? Será que aceitar o fim é o fim? Será que o erro não pode ser nosso também? 
Dizem que da mesma forma que não podemos perceber a escuridão sem a luz, não percebemos a felicidade sem a tristeza. Dualidades que não se separam nunca.

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