sábado, 10 de janeiro de 2015

Hoje estive, como várias outras sextas-feiras, no projeto pediatra do riso. Lá nos deparamos com diversas situações, das mais inusitadas possíveis. Hoje, a morte nos acompanhou. Ao chegar na UTI infantil, nos deparamos com um ambiente pesado, duro, quase morto. Uma criança que falecerá. Essa situação criou assim um companheirismo entre as mães. Um acordo não verbal e não real da necessidade de uma ajudar a outra. Aquele apelo de quem em seus desespero diário só quer poder dizer "meu filho melhorou", ou qualquer coisa do gênero. 
Uma entrada, um clima pesado, um vazio que me ocupava. Aquela vontade incontrolável de abraçar com toda a força que me encontrava no corpo aquela mãe desolada e desnorteada. 
Um olhar do pai, um sorriso, daqueles de quem diz "Você não pode ajudar meu filho, mas eu sei que você vai poder ajudar tantos outros filhos, estou com você."
Talvez nunca tenha sido isso que ele quis me dizer, mas foi isso que me passou. 
A duvida que me mantem e me fortalece é ... Qual a minha função em meio tudo isso? Que diferença realmente tenho feito lá dentro. 
Uma corda bamba presa entre duas montanhas tortuosas.

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