quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Nem tudo são flores, nem tudo são espinhos.

Então, sinto seu cheiro. Sinto seu corpo e seu calor. Por poucos segundos esqueço a tempestade que acontece lá fora. Esqueço que as pessoas passam fome. Esqueço que a qualquer momento o mundo pode acabar. Aquela sensação de abrir os olhos, aquele breve momento em que tudo que se vê é a existência de algo maior do que a sua própria presença. Já não me interessa muito nomear momentos e sentimento, pois, cada vez mais, ele se confundem entre a realidade e os sonhos. Prefiro pensar em serenidade, paz, ou o que preferir.
A vida é um jardim  exóticas a frente de um palácio abandonado. A primeira vista: a beleza provocante das flores, que te atrai, que te conquista. Uma daquelas beleza de se querer largar tudo para simplesmente admirar cada flor para o resto da vida. Mas não somos seres unicamente contempladores e temos que desbravar o desconhecido. Então encontramos os espinhos.
Cada flor com seu veneno, cada encanto com seu espinho, cada sedução com sua defesa. A vida é tem mais de dor do que de qualquer outra coisa. Aprendemos aos poucos cada armadilha traçada pelas belas e inocentes flores, mas perdemos pelo caminho pedaços importantes de nós mesmos. O sangue que fica, o suor, a pele, o cheiro, o sabor, a vontade. Vão ficando aos pedaços pelo atravessar da vida.
As vezes encontramos em uma clareira ou algo assim, uma rosa azul, sozinha e pronta para ser admirada. Nos aproximamos. Entendemos todos seus espinhos, todas suas proteções, e, talvez, deixemo-a sem guarda. Pronta para ser apanhada. Está ai sua vitória da vida.
De repente sua escolha é simples. Arrancar e levar contigo, torcendo desesperadamente que não morra antes de você ter a chance de fazer algo. Ou sentar, e se tornar mais um guardião de tal beleza.
Afinal de contas, de que adianta uma flor sozinha sem o resto do jardim para destaca-la?

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