quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Cada vez mais eu entendo menos da vida, dos relacionamentos. Então ela pode me julgar, me acusar, inventar histórias e acreditar nas coisas que o ciumes faz acreditar. Fala sem nenhuma dúvida que tem certeza que fiz algo que não fiz. E acredita ter direito e estar certa por não dar nem a bondade da dúvida. E quando meu ciúmes toma o mesmo lugar, e perco dentro de mim, e acredito que ela fez algo, e por um ataque de tristeza decido retirar essa mesma dúvida que ela merecia, o que ganho em troca nada mais é do que uma raiva incontrolável e um vazio de palavras. Onde estaria a justiça nisso? Por que ela seria merecedora de tal privilégio se ambos erramos descaradamente em nosso amor? 
Será que o luto dela é maior que o meu? Será que ela é mais digna do que eu? Como pode ser julgado algo assim? Por quem seria?
Não pode ser assim pode? Ela ter a liberdade de fazer o que quiser, enquanto eu me contento em agrada-la? Em fazer tudo que ela pedir?
Será que eu mereço o silêncio? Será que o nosso amor não foi nada que ela não pode nem tentar olhar com outros olhos a vida?
Eu sei que sou culpado, mas não sou merecedor dessa forca que ela me coloca no pescoço. As minhas culpas já revelei, as minhas culpas já estão a mostra. Mas se ela não puder deixar esse demônio que a ocupa se esvair, como continuar tentando? 
Será que me restas ou o sofrimento de não te-la ou o sofrimento eterno dela me acusar? 
Por minha cabeça passa repetidas vezes que para ficar com ela, a única forma é assumir um crime que não é meu, para assim as vozes pararem de me atacar. É mais fácil resolver uma traição (mesmo que não existente) do que uma ideia má, criada em uma mente enciumada.  Talvez perdão seja mais fácil de conseguir do que confiança. Seria esse o caminho? Mentira para manter um relação que me faz pulsar? Ou melhor aceitar a morte emocional que me aguarda?

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