quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Da dor.

O sentimento parece não passar e tudo que acontece amplifica a sensação que ficou na pele. Sensação de ruptura da sua carne e exposição do seu ser. Como se alguém te cortasse em meio a praça pública com a tesoura mais desafiada que existisse. Ao mesmo tempo que te abre, não abre, te faz sofrer, te faz sangrar. Essa dor erradia por todo o corpo e ocupa sua mente e acaba com suas forças.
Não existe um curativo eficaz para tal corte. É um machucado que não sara. A certeza de uma eterna cicatriz em nós, sem nenhuma certeza que um dia a dor se vá. 
Cada palavra corta que nem navalha, a sensação de culpa, de impotência, cada um tentando a sua maneira sobreviver, sem saber que a simples existência de seu ser pode ser o suficiente para que afunde a faca que nós colocamos em nossas peitos. 
Talvez o tempo seja a solução para tal dor acabar, ou talvez ela nunca acabe e nos acostumamos a viver com esse ferimento que não deixa de sangrar um só momento. Talvez não exista um caminho certo a se seguir nessas situações então qualquer um pode ser o necessário. Ficarmos bem, seria isso tudo que precisamos?
A dor que me consome foi implantada cirurgicamente por nós dois. Não existem mais culpados do que nossas escolhas para tais sentimentos. Então deixe sangrar até que eu morra seco, ou que eu mesmo me cure sem nem perceber.

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