terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Da respiração

Como explicar a vida sem entrar nos mesmos clichês de sempre?
Me pergunto todos os dias como acabei me tornando um daqueles filmes que passam na sessão da tarde. Mas se parar para pensar, está tudo bem se no final existir uma reviravolta tremenda em que tudo acabe bem, mesmo que não do jeito imaginado, mesmo aprendendo uma lição valiosa do tipo "amigos nunca te abandonaram" ou "o amor está logo ao lado", qualquer besteira dessas criadas para manter a esperança no coração dos bobos.
No momento me afogo no desespero de um mundo se acabando.
Mesmo assim, a vida inventa formas que beiram o ridículo para me fazer sentir idiota de passar por algo tão óbvio quanto esse. Eu sei que preciso respirar.
Tanto sei que esse discurso se reproduz da minha boca para tantas pessoas que amo, que me importo, mas as vezes esqueço de respirar para meus pulmões.
Não acredito nos clichês pré-preparados da televisão, mas entendo que a felicidade nos rodeia a todo o momento e é uma escolha unicamente nossa de nos apegarmos a ela, ou não.
Em momentos de sufoco é dificil encontrar qualquer bolha de ar nos rodeando, mas elas estão lá, exatamente onde sempre estiveram.


  • Asfixia (do grego asphyxia, "falta de pulso") ou sufocação é a dificuldade respiratória que leva à falta de oxigênio no organismo. Pode ser causada por:
    • baixo conteúdo de oxigênio do ar ambiente;
    • obstáculo mecânico das vias respiratórias ou dos pulmões;

Na falta de ar, nosso cérebro começa a ter dificuldade de raciocinar, a visão fica turva, o corpo mole, nos falta força, a gravidade tende a pesar mais do que o normal, o desespero atinge, e você tenta fazer qualquer coisa para solucionar a ausência que te ocupa (QUALQUER COISA), o corpo começa a agir sozinho, algum mecanismo de defesa que é atiçado. Precisá-se de ar.
O que poucos conseguem perceber de começo é que insistir em puxar o ar no sufocamento, sem mudar a situação que está é quase impossível. Puxa-se o saco, puxa-se a água, puxa-se o nada. Tenta-se de todas as maneiras sem perceber que ali não tem ar.
Como perceber coisas tão invisíveis como o ar, a felicidade, a amizade, o conforto, o carinho, tantos caminhos para voltar a respirar, família, carreira, amor, esperança, força de vontade, a qualquer desses você pode extrair seu oxigênio.
E a partir deles a vida se acalma, a respiração se recupera, e tudo volta ao normal, que nunca mais será o seu normal, mas...é um novo normal. Sempre um novo normal, pois não é possível respirar duas vezes do mesmo ar.
Hoje quero respirar!

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