sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Na minha cabeça eu só fico repassando tudo que aconteceu. Tentando reviver em minha memória cada segundo de nós. A verdade é que eu já não entendo bem porque estamos separados. Eu não consigo achar um motivo real para tudo isso ter acontecido. A gente passou por muita coisa. Sofremos por muitas coisas, mas a gente viveu e foi feliz em tantas outras mais. Eu não entendo onde tudo desandou. Ou se sempre foi desandado e eu insistia em me iludir. Eu não sei como continuar isso sozinho. 
É não ter força para sair de casa, mas não suportar a existência dentro dela. Aqui não me sinto mais bem como sentia. Falta metade de mim. A casa vazia só amplifica a certeza de que um fim chegou e de que não adianta mais insistir porque simplesmente acabou. 
Você me odeia, me acha a pior pessoa do universo. E eu não sei mais o que fazer para te provar que tudo que você pensa de mim não é verdade. Eu não sei como lutar contra sua imaginação mais. Eu sei que errei, como você errou, como todos erram, mas em nenhum momento tive se quer a vontade de estar com qualquer outra pessoa. 
Eu me apaixonei como nunca antes tinha acontecido. Esqueci de mim porque tudo que eu queria era ver você feliz. Eu sei que não adianta mais lutar, mas parece que pra todo lugar que eu olho você está lá. Numa lembrança. Num comentário que gostaria de fazer. Numa vontade. Numa saudade. 
Não tenho mais para onde fugir, porque você ocupou tudo em mim. Tudo tem você.
Já não aguento mais chorar. Não aguento mais esse quarto, essas paredes, esse espelho que comprei só pra você se olhar a cada dia e eu poder te ver se trocando, te ver se arrumando, escolhendo diferentes roupas sem parar. Eu não aguento mais os pregos que ficaram nas paredes. Não aguento mais a ausência dos filhotes que nunca mais verei. Não aguento mais o guarda-roupa vazio. Não aguento mais chegar em casa e tudo estar exatamente onde eu deixei. 
Hoje sou só os restos de algo que me fez tão bem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário