terça-feira, 3 de novembro de 2015

Está cada vez mais difícil respirar. 
Eu estou perdendo. A calma, o que sou, o que fui, a vontade de continuar. A paz.
Minha vontade é de sumir. Simplesmente sumir. Deixar tudo e todos para traz. Limpar meu passado na ausência de provas que existi. Me jogar no mundo e recomeçar.
Como é difícil abandonar quem ama... mas me sinto tão sozinho que a falta de qualquer memória de algo que fui não me machucaria mais do que essa ferida que não cicatriza. 
E a todo momento um monstro cresce dentro de mim. Minha paz já não existe mais. Não quer ficar. Não quero voltar. Não quero um colo conhecido para me acalmar. Quero a solidão completa. O anonimato. Quero desfigurar todos os meus sentimentos no vazio. Quero recomeçar. 
Quero trocar de nome, trocar de rosto, trocar de pensamento, trocar de vida.
Quero viver incondicionalmente alguns anos a mais e depois deixar o desapego da existência me consumir. Quero me entregar ao mar. Quer respirar com o vento. Quero enraizar no chão e queimar... queimar toda a vida que existe escondida dentro de mim. Um fogo que não se apaga. Um fogo que não machuca. Um fogo que não destrói.  Quero queimar.

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